Todos os dias são desafiantes. Há quem viva sem saber o que está vivendo. Sem encarar os problemas de frente. Sem saber para onde vai, como vai e se chegará em algum lugar. Não dá pra ser assim. Quero viver cada dia como se fosse o último. Como uma benção a ser apreciada, intensamente. Não quero ser uma escrava de padrões mundanos. Quero ser livre, antes que o dia termine.
Antes Que o Dia Termine.
PESSOAS DESAPARECIDAS
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
POR UM 2014 ESPLÊNDIDO!!!!!
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Só Quero o Essencial. Viver!
domingo, 15 de dezembro de 2013
Felicidade. Que bicho é esse?
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
É Tudo de Bom. Mas, é Ruim!
São preparados para conquistar os pequenos. O problema é que são com o que existe de pior, em termos de qualidade alimentícia. Nos empanados de frango, por exemplo, são aproveitados os restos do frango que, em casa, jogaríamos fora (carcaça, cabeça, pele, pés etc.). Ora, é uma questão de lógica: se você não usa em casa, na sua cozinha, como explicar que se gaste dinheiro comprando algo que não é bom? Mas, não é gostoso? É. Por que? Sabiamente, na mistura do frango - chamada de"lama rosa", por alguns - são introduzidos produtos aromatizantes e conservantes, ou, no vernáculo básico: produtos químicos, inclusive ou a tal ds amônia, que não é boa coisa, não!
O resultando dessa mistura é sabor: a gente nunca come um só. Dá vontade de comer vários!
E o tempero do macarrão instantâneo? Contém o equivalente ao consumo diário de sal. Ou seja, cuidado com a pressão alta, hoje um problema que atinge inclusive crianças. Minha filha mais velha teve picos de pressão arterial aos 6 anos de idade! Não por causa do famoso macarrão, mas dos salgadinhos. Outra desgraça da indústria alimentícia, que não alimenta nada. Só a indústria farmacêutica, que vai muito bem, obrigada!
Não sou natureba, mas me preocupo, cada vez mais, com o que estamos consumindo. Não condeno ou recrimino quem gosta de consumir produtos industrializados, especialmente aqueles feitos com material destinado ao lixo, temperados com substâncias químicas com potencial de causar câncer, diabetes, hipertensão etc. Porém, não gosto de ser enganada! O consumidor deve estar ciente do que está consumindo. Assim como o cigarro, devemos saber o que vem junto com o produto, de brinde. A opção deve ser do consumidor, sempre.
Confesso que comer empanadinhos crocantes tipo nuggets é uma delícia.
É tudo de bom. Mas, é ruim!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Sobrenome de quem é mãe é PACIÊNCIA!
Filho só se dá conta da mãe no Dias das Mães ou no enterro dela! Não sei quem foi o ridículo que disse que ser mãe é padecer no paraíso. Como assim? E pode haver padecimento no paraíso? Penso que não.
Ser mãe é bom, mas é supervalorizado! Poderia haver uma espécie de estágio pra gente poder saber como é e decidir se quer ou não. Depois, fica difícil, já que não pode haver devolução do "produto".
Adoro, amo demais as minhas filhas, mas ficaria feliz se elas compreendessem, por alguns momentos, que eu sou um ser vivente, que precisa de espaço, privacidade, descanso e que não planto nem colho dinheiro no jardim da casa.
Ai, Ai! Vou terminar por aqui, porque a caçula quer brincar de esconde-esconde...Pode? Sim, senhora!
Nalva Paciência de Almeida
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Provai de tudo, retende o melhor.
Apesar dessa dura realidade, a decepção não é algo com o qual nos acostumemos. Quem não tem sangue de barata nas veias, sofre e sofre muito, quando é, digamos, apunhalado pelas costas.
O que fazer, então? Sem cair no clichê "faça uma limonada com os limões", penso que é possível criar mecanismos de defesa e aproveitar as puxadas de tapete, para crescer e aprender. O importante é não deixar que o outro tenha o controle sobre a nossa vida. Quem dita as regras do jogo da minha vida sou eu. Levar ou não a sério uma situação é decisão que cabe, exclusivamente, a cada de um nós. "Provai de tudo, retende o melhor". É um sábio conselho que escolhi seguir. Vale, inclusive, para as pessoas.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
A vida cotidiana está mais para Nelson Rodrigues do que Rubens Alves. Infelizmente!
- Essa daí é daquelas que chegam em casa, depois de um dia de trabalho, toma um banho, e fica na sala de estar, bebericando um drink delicioso, como um martine ou uma taça de vinho branco. Sem nada com que se preocupar!
A convivência confirmou que eu estava certa, no que dizia respeito à fineza da amiga. Redondamente enganada, porém, quanto ao estilo de vida supostamente despreocupado que eu, na minha tola ignorância, supunha!
De tantos problemas compartilhados e outros tantos que viriam ao longo dos anos, a minha amiga pirou na batatinha, como diz a minha filhota caçula.
Lição aprendida e apreendida: cada um de nós esconde uma dura realidade. Nos bastidores, sofremos, choramos, surtamos, nos enganamos, gastamos mais do que recebemos, morremos de cansaço, enfrentamos doenças nossas e alheias, lidamos com frustrações, frustamos os outros...
A vida cotidiana está mais para Nelson Rodrigues do que Rubens Alves. Infelizmente!
No início do ano, uma das minhas filhas estava com um sério problema de saúde. Quem é muito próximo sabe o quanto chorei e clamei por ela. Como todo ser humano, é difícil lidar com a impotência, pois eu nada podia fazer para ajudá-la.
Sempre acreditando que Deus revela os seus anjos, extrair o grãozinho de fé, guardado lá no fundo do coração, para aqueles momentos quando a barra pesa - e estava pesada - tirei a máscara e revelei os bastidores da vida meio Nelson Rodrigues meio Rubens Alves. Só isso. Os Anjos que Deus enviou fizeram o resto. Hoje, foi o dia da avaliação. O Anjo foi claro, clarividente:
- Ela não poderia estar melhor! Amém!
Amanhã, o outro Anjo receberá as notícias e os agradecimentos, eternos!
Ao meu Deus, a honra. Pois Ele é.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Que bom que você está comigo!
Mas, hoje, quando liguei a TV para o meu momento "The Middle", descobrir que, em vez da série, teria que me contentar com o filme "O Senhor dos Anéis". Aff! Pensei, logo! Mas, fiquei ali, quietinha, assistindo o filme, já no final. Não sou fã desse filme. Só consegui assistir algumas partes, sem muito interesse. Mas, algo captou a minha atenção. N final, quando Frodo foge de todos, sozinho, para cumprir a sua missão - já que todos estão tentados a tomar-lhe o famoso Anel - Sam não o abandona e até arrisca a vida, quase se afogando, para segui-lo. No final do filme, eles contemplam a paisagem, observando, do alto do monte, o caminho que terão que seguir, para se livrar do famigerado Anel. Frodo, então, olha para Sam e diz:
- Que bom que você está comigo!
Como é bom termos alguém ao nosso lado em uma jornada que, de antemão, sabemos que será difícil, turbulenta, perigosa. Não precisa ser um amor, um companheiro(a). Se for, melhor! Mas, pode ser um(a) amigo(a), um parente muito chegado, um irmão ou irmã queridos. Pode até não ser ninguém, em especial. Só não pode deixar de ser Deus. Especialmente, quando a jornada não pode ser compartilhada com ninguém, a não ser com Deus. Sem Ele eu não sou nada e não importa quem esteja comigo. Preciso senti-lo presente em minha vida, em minha mente e em meu coração. Dou graças, porque posso dizer, hoje, mais do que nunca:
- Deus, que bom que você está comigo! Obrigada!
domingo, 8 de dezembro de 2013
Antes que o dia termine!
Vou ficando quietinha, quietinha. Não falo muito, fico na minha, pensando, pensando... Como vou resolver tantos e tantos problemas que se arrastam ao longo de anos a fio, sem que eu tenha como resolvê-los, definitivamente? Fico chateada e acho que muita gente que liga para a própria vida, também fica.
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É como se a expectativa fosse de que, ao findar o ano, aqueles problemas sumissem! Mas, a vida não é 12 meses! A vida é contínua. Cabe a nós administrá-la da melhor maneira possível. Não podemos deixar que ela nos escape, só porque não conseguimos resolver as pendências que nós mesmos trouxemos à existência.
Cada um colhe o que planta. Precisamos ter clareza do que somos, enquanto pessoas e não nos deixar cair em situações que nos tornarão escravos da infelicidade. Ser feliz não depende do outro ou do saldo da conta bancária. Ser feliz depende de como vivemos a nossa vida e se a vivemos para sermos uma benção na vida dos outros. Não podemos ser contaminados pela tristeza de problemas cotidianos e deixar de ser um instrumento de felicidade, paz e amor para quem está ao nosso redor. Se as nossas expectativas não podem ser atendidas, devemos continuar a semeadura do bem. Não importa o que aconteça: um sorriso, um abraço, uma palavra de estímulo, responder uma mensagem, retornar uma ligação... não custa nada, nadinha mesmo e pode fazer diferença na vida de alguém que conta com você.
Então, antes que o dia termine, quero parar para refletir sobre o dom da vida e todas as possibilidades que ela oferece. Antes que o dia termine, que eu deixe tudo, tudinho de lado e agradeça a Deus pelo que tenho, pela saudade, pela capacidade de sorrir em meio às lágrimas, pela certeza de que a vida, amanhã, será muito melhor do que hoje, sempre!
domingo, 18 de março de 2012
Eu tenho um problema. E você?
Às vezes, parece que vivemos mais desventuras do que aventuras. Quando somos crianças, queremos crescer logo para poder curtir a vida, ser independente, viajar, sair com os amigos, festar muito. Depois, casar com alguém parecido com um príncipe encantado, manter uma casa perfeitamente arrumada, passar as tardes de sábado fazendo tortas e compotas saborosas, filhos educados e bonzinhos que vão dormir na hora em que mandamos (ah, não esqueça o sucesso no trabalho!). Ai, que maravilha! Ai, que ilusão.
A vida real não é exatamente assim. A verdade é que não sabemos o vai acontecer. Os planos nem sempre dão certo. Por isso, ficamos tão felizes quando algo está indo bem. Felizes e amedrontados. Temos medo de que algo aconteça e tenhamos que enfrentar dor, sofrimento, gastar aquela poupança amealhada com tanto sacrifício. Vender alguma coisa que passamos anos e anos para comprar.
E quando temos dinheiro de sobra, escondemos debaixo da maquiagem bem feita e das roupas de grife, a solidão, a hipocrisia, as dependências, os vícios e a tragédia da impunidade. Vida vazia, filhos sem limites, tudo tem um valor monetário, até o amor verdadeiro, parafraseando Nelson Rodrigues.
Somos todos carentes e, na maior parte do tempo, infelizes. E, sabe de uma coisa? É bom que seja assim mesmo. Todos os dias, não importa o que vamos enfrentar, é uma oportunidade de olharmos para dentro de nós mesmos e seguir em frente. Eu tenho alguns problemas para resolver... e daí? O sol continuará brilhando e a vida será sempre, como ela é.
Em caso de dor....
Mude o corte de cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre
Caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa coma somente a cereja
Jogue para cima faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal do sal do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre
A cada mil lágrimas sai um milagre
(Alice Ruiz)
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Um toque de sensibilidade...
O Natal é cheio de significados. Cada um encontra uma forma de comemorá-lo, sem perder o que ele tem de especial. É um momento poderoso, cheio de emoção e sentimentos.
Em meio ao corre-corre, problemas e desafios que a vida demanda, o Natal é um oásis, uma oportunidade de começarmos tudo de novo. Esquecer as coisas que para trás ficam e seguir adiante.
Desejo a cada um e a todos um Natal abençoado e um Feliz Ano Novo com a presença maravilhosa de Cristo Jesus em cada mente e coração, trazendo esperança e paz à humanidade.
Nalva Mesquita
Recife-PE
sábado, 20 de novembro de 2010
C'est la vie!
Tolstoi , Léon

Às vezes, pergunto a mim mesma se sou uma pessoa sensível. O que o outro representa para mim? As dores e vicissitudes alheias me interessam? E se me interessam, a que ponto? Sinceramente, não sei a resposta. Ainda. Mas, estou tentando chegar lá. O que percebo, em muitas pessoas que se denominam "sensíveis" é a conveniência que este adjetivo representa para as nossas relações. Somos sensíves com os nossos parentes, amigos, colegas desde que não isso não atrapalhe a nossa existência. Especialmente, se ela - a nossa existência - for, digamos, muito boa. Se for ruim, cheia de complicações, então... sai de perto!
Vivo me policiando para não deixar que as minhas limitações e fragilidades não sejam um obstáculo para ser honesta e verdadeira com aqueles que me honram com a amizade, companhia, afeto... Com aqueles que dedicaram uma parte do seu tempo cativando-me. Para alguns, sou uma rosa preciosa, única. Para outros, espinhos. C'est la vie!
Agora, lamento, profundamente, quando as minhas limitações e fragilidades me impediram de amar aqueles que provaram merecer o meu amor. É que o coração tem razões que a própria razão desconhece. E, em muitas situações, é mais honesto deixar o outro livre para encontrar a felicidade quando somos incapacidades de propiciá-la.
Meu apóstolo preferido é e sempre foi Paulo. Parafraseando uma de suas frases, o ser humano sofre, porque sabe o que fazer e acaba fazendo algo totalmente diferente. Mente e coração, corpo e alma, às vezes não se entendem e sofremos bastante com isso. Fazer o quê? Levantar, sacodir a poeira, debulhar-se em lágrimas, dá uma boa gargalhada e seguir em frente. Não nessa ordem, necessariamente. Mas, seguir em frente é fundamental. Sempre. C'est la vie! Oui.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Quando a tristeza invade o coração da gente....
Em alguns estamos mais felizes, motivados, prontos a enfrentar qualquer problema que apareça na nossa frente.
Em outros (e, em certos momentos, muitos outros), a tristeza nos domina e insiste em nos perseguir, implacavelmente. Por esses dias, tenho experimentado uma tristeza profunda, recheada de incertezas e repleta de solidão. É que, mesmo quando somos nós que iniciamos determinadas rupturas, o processo não se torna mais fácil, não. Às vezes, é até mais doloroso. Sempre fui daquelas que prefere ouvir um não a proferir um. Nunca gostei de me afastar das pessoas primeiro. Prefiro que elas tomem a iniciativa. Sempre achei mais fácil. Todas às vezes (e foram poucas) que tomei a iniciativa, me senti estupidamente culpada. Nos meus ouvidos, sinto os sussuros da minha consciência "É isto mesmo que você quer? Tem certeza? Você sabe o que terá que enfrentar?" Não sei responder, ainda. Penso que, se outras pessoas conseguiram, eu também, sobreviverei. Tenho que enfrentar as minhas batalhas, mesmo sem saber, ao certo, qual será o resultado. Só sei que, com o tempo, as coisas tendem a se ajustar e tudo fica mais fácil. Não adianta inventar muito. Basta um pouco de paciência e um bom travesseiro para segurar a onda (e as lágrimas, é claro).
Indicadores diários:
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A Jornada...
Sempre tive horror a ter que enfrentar uma jornada, durante a minha vida. Mas, a própria vida é uma jornada cheia de aventuras. Da hora em que nascemos até o final da nossa existência, muitas serão as jornadas que devemos enfrentar e ser feliz é, basicamente, saber viver durante os interlúdios.
Decidi que, hoje, está oficialmente iniciada uma nova jornada em minha vida. Não quero passar anos e anos sem saber o que mudou durante a minha existência. Quero "enxergar-me". Ver o que aconteceu dia a dia, mês a mês. Como estarei daqui a um ano? Terei coragem para enfrentar os desafios de uma nova via pela qual optei? Saberei lidar com tanto trabalho a fazer e vários compromissos a cumprir? Direi os "nãos" que deve dizer? O que vou ter coragem de mudar, de deixar para trás e o quanto em frente eu vou seguir?
Por isso, a partir de hoje, vou registrar os acontecimentos marcantes do meu dia e tentar, por 365 dias, avaliar a minha capacidade de seguir em frente.
A minha Jornada começa agora.
domingo, 26 de setembro de 2010
"Eu vivi por um sonho"
Dias desses terminei a leitura de um livro espetacular. Daqueles de tirar o fôlego! Sou uma leitora voraz. Devoro livros e eles me devoram! Permanecem dentro de mim por muito tempo. Fico digerindo, digerindo... Lendo e relendo tudo que aquela leitura representou para mim. São significados e significantes que precisam ser apreendidos e isso leva tempo.
"Eu vivi por um SONHO", de Maria Rosa Cutrufelli, é um romance baseado nos últimos dia de Olympe de Gouges. Para quem não sabe, como eu não sabia, Olympe foi uma mulher, no dizer nordestino "arretada". Explico. Olympe é considerada uma das personagens mais emblemáticas da Revolução Francesa. Ela foi a autora da "Declaração dos direitos da mulher e da cidadã" (14.09.1791). Sou licenciada em História e nunca havia ouvido falar em Olympe, apesar de ter estudado com fervor a Revolução Francesa, um dos fatos mais marcantes da história por ser um divisor de águas, um marco social em pleno século XVIII.
Mas, há uma explicação para não ter ouvido falar nessa mulher-mártir (seu destino foi a guilhotina). É que a história é da humanidade é construída sob o ponto de vista dos heróis. As heroínas nem sempre tem vez e voz. Mas Olympe tinha razão em uma coisa: "as palavras sobrevivem ao sangue que suja inclusive as Revoluções. Não é o sangue, são as palavras que rompem a corrente do destino e introduzem a esperança na História."
A leitura sobre a vida Olympe mostrou a sua coragem para lutar contra o próprio governo que ajudou a constituir, ao perceber que este não correspondia aos seus princípios, quando trocaram o projeto da Revolução - Igualdade, Liberdade e Fraternidade - por um Projeto de Poder, através da implantação de um regime de terror, cujo fim, para aqueles que ousavam se opor, era a guilhotina.
Entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, o quadro político e social da França foram alterados pelo conjunto de acontecimentos que passou a se chamar de Revolução Francesa. O mais famoso deles, muito conhecido, foi a Queda da Bastilha, encerrando-se com o golpe de Estado do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. O Antigo Regime (Ancien Régime) e os privilégios do clero e da nobreza foram para o brejo.
Tal revolução foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776) e é considerada uma das maiores revoluções da história da humanidade. O mundo mudou depois dela.
Como é de lei, entre os revolucionários surgiram divisões. De um lado, a burguesia, que não queria aprofundar a revolução, apenas garantir as suas conquistas. Tinham medo que o povo quizesse um pouco mais. Por isso, aliara-se aos setores da nobreza liberal e do baixo clero, formando o "Clube dos Girondinos", porque teve como principal representante Brissot, da Gironda. Os Girondinos ocupavam os bancos inferiores no salão das sessões.
Do outro lado, estavam aqueles que queriam mais da revolução, pois entediam que o povo devia ter amis direitos. Eram os "Jacobinos", porque se reuniam no convento de Saint Jacques. Eles eram liderados pela pequena burguesia e apoiados pelos as massas populares de Paris. Ocupavam os assentos superiores no salão das sessões, recebendo o nome de "Montanha". Seus principais líderes foram Danton, Marat e Robespierre. Dentro dos Jacobrinos havia uma facção mais radical, liderados por Jacques Hébert, que queriam o povo no poder.
Existia, também, um grupo de deputados sem opiniões muito firmes, que votavam na proposta que tinha mais chances de vencer. Eram chamados de Planície ou Pântano. Havia ainda os cordeliers (camadas mais baixas) e os feuillants (a burguesia financeira).
Desse momento, surgiram as designações políticas de "direita, centro e esquerda: tendo como referência a mesa da presidência identificavam-se à direita os Girondinos; ao centro, a Planície ou Pântano; e à esquerda, composta pelos Jacobinos, também chamados de Montanha.
Bom, não é difícil imaginar que eles não se entendiam em matéria de política. Os mais radicais, os Jabobinos, reforçados pelas manifestações populares, obtiveram a supremacia na Revolução. O Rei Luís XVI e sua esposa, a famosa Maria Antonieta, perderam a cabeça, literalmente.
Os Jacobinos, com apoio popular e da Comuna de Paris (designação que foi dada ao novo governo local da cidade), assumiram o poder no momento crítico da Revolução.
Agora, eles poderiam dar continuidade ao sonho de uma sociedade livre e igualitária. Será?
Acontece que os líderes, em nome desse "sonho de uma sociedade livre e igualitária", ao chegar no poder esqueceram dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Pois é. Acontece nas melhores (e piores) nações.
Muitos pagaram com a própria vida por se opor ao regime de terror implantado por Robespierre, inclusive aqueles que ajudaram a fazer a Revolução, como Brissot e a própria Olympe. Homens que, por anos e anos, denunciaram o rei e luturam pela república foram presos e condenados à morte, muitas vezes por acusações banais. O que o governo temia? Perder o poder recém conquistado.
Olympe participou intensamente da Revolução, mas se opôs ao partido de sangue, à ruína da legalidade e ao regime de terror de Robespierre, tendo como justificativa a defesa dos direitos do povo. Que nobre, não? Não. Não Mesmo!
Apesar de não poder falar quando se apresentada à Convenção (pois é, a Revolução não permitia, ainda, que as mulheres falassem à tribuna!), ela escrevia textos maravilhosos e ousava dizer o que ninguém queria (ou podia) falar: princípios são inalienáveis; a legalidade não pode ser usada como instrumento para perseguir e matar os outros; o poder não é tudo.
Pensei em nós, pobres mortais. Vivemos por sonhos... incontáveis sonhos. Sonhos de crescer, ser feliz e morrer em paz. Sonhos de um emprego, um bom casamento, uma casa (ou várias), carro, amigos, filhos bem educados. Não necessariamente nessa ordem, é bom dizer! Sonhos nem sempre tão grandes como o de Olympe. Mas, sonhos de ter e saber um lugar ao sol, neste mundo tão disputado!
Admiro Olympe. Admiro sua coerência, suas paixões, sua inteligência. Admiro-a, sobretudo, porque ela não se rendeu à possibilidade de viver em glória. Ela se absteve de conviver com o poder, livre, ao custo de ser prisioneira da sua consciência. Preferiu morrer a deixar que os ideais, pelos quais tanto lutou, se transformassem em meras palavras trepidando em bandeiras.
Ao ler sobre a sua vida e trajetória, sinto renascer as esperanças de que é possível defender um ponto de vista, sem abrir mão da nossa fidelidade e dos nossos ideais. Defender projetos e ideais sem derramar sangue. Lutar sem pegar em armas, sem sacrificar vidas, estejam elas de que lado for. Governar, sem se corromper com as glórias que este mundo oferece.
É um sonho. Vivamos por ele, então. Se tivermos coragem.
domingo, 5 de setembro de 2010
Pois os dois se olharam e se apreenderam
segunda-feira, 28 de junho de 2010
(IM)PERFEITA PARA VOCÊ

"Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho muito duro.
Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, lingüiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:
- Baby, eu adoro torrada queimada.
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
- Companheiro, sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou um melhor empregado, ou cozinheiro! O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
Poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, e com amigos. Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio.
As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse.
Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as acolheu e valorizou. "
Não sei quem é o autor do texto acima, mas o considero uma maravilhosa reflexão para a nossa vida, nossos relacionamentos e nossa capacidade de enxergar o outro "apesar de".
"Não se pede carinho, nem amor, nem atenção, nem tempo a ninguém. Se as pessoas gostarem mesmo de nós, acabam por nos dar tudo." (Margarida Rebelo Pinto, in Pessoas como Nós).
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Você ouve os outros?

"Sempre vejo anuciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "... não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma."
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silência dentro da alma. Daí a dificuldade...
A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor ... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração, e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor ...
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos ...
O longo silência quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silência dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silência. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto. (O amor que acende a lua, pág. 65)."
Transcrito (Escutatório - Rubem Alves)
E aí? Você já parou para ouvir alguém, hoje?
terça-feira, 18 de maio de 2010
De repente 40!!!!!!

Como é uma ficção, Jenna volta atrás e muda a sua história!
É claro que não vou contar o resto do filme, não é?
Queremos uma vida perfeita! Mas será a perfeição um elemento humano? Há infinitas variáveis e tudo é tão circunstancial na trajetória humana...! Existe tanto e tantas coisas para serem feitas que, às vezes, a gente cansa: temos que estudar, ser bem sucedidos, casar e ter filhos, e os filhos tem que ser educados e tem que estudar, ser bem sucedidos e casar e ter filhos. Nos intervalos, temos que fazer exercícios, ser solidários, cuidar da saúde, preservar o meio ambiente, escolher uma boa alimentação, controlar os gastos e o consumismo, entender de tecnologia, política, arte, cultura, literatura, cultivar amigos, parentes e aderentes, viajar. E isso é só o básico!!!!!!
Com o passar do tempo, aprendir uma lição preciosa, sábia e proferida a 2010 anos atrás: viva cada dia, um de cada vez, não se preocupe tanto com o futuro. Você não pode consertar ou controlar os fatos, as pessoas e as circunstâncias relacionados com a sua vida! Apenas administre! Faça o que for possível, mas sem drama, sofrimento e desespero. Busque a serenidade, o equilíbrio, a paz espiritual.
Estabeleça metas e defina prioridades, mas não se sinta um fracasso se não conseguir atingi-las. Não carregue TODAS AS CULPAS (por falar em culpas, sabia que existem, pelo menos, 5 tipos: depressiva, insconsciente, persecutória, delirante e consciente?). A culpa tem uma função importante na nossa vida, mas temos que evitar excessos. Aliás, tudo em excesso prejudica, enjoa e só faz mal! *
Por isso, Deus fez tudo perfeito na natureza! O dia dura, exatamente, o tempo certo para uma pausa, quando temos que parar, dormir, sonhar e acordar renovados pelo sopro da vida, mas uma vez!
* Fonte: Revista Isto é nº 2112, Ano 34, 5/Maio/2010, p. 78-83